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Ansiedade e Stress (Parte I): Como Começa a Ansiedade

“A vida não é fácil.”

Haverá pouca gente que nunca tenha dito esta frase nalguma parte das suas vidas, se viveu suficientes anos. E porquê? Porque parece inevitável que, como seres humanos, mais cedo ou mais tarde, um peso e uma prisão se acumule em nós, um peso que “nos deita abaixo” e nos faz “arrastar pela vida”.

Eu discuti a raíz e a aparente inevitabilidade do sofrimento humano no meu livro “Somos Seres de Luz – A Arte e a Ciência da Terapia em Bioenergia e Informação”, mas gostaria de ser mais específico (e pessoal) em relação a uma aflição concreta que atinge cada vez mais pessoas hoje em dia – o stress e a ansiedade. Quero dar a conhecer o que aprendi sobre o tema após já quase 20 anos de estudos, prática e experiência pessoal íntima do assunto, numa série de artigos.

E gostaria de começar por uma confissão:

Sofro de ansiedade crónica. Há muitos anos. E é uma aflição muito chata, e pouco entendida. Agora compreende-se um pouco melhor do que no passado, quando comecei, pois cada vez mais pessoas são “atacadas” por ela, quando antes parecia ser um mal de alguns mais “neuróticos” ou “sensíveis”.

Mas como disse, antes de explorarmos o que é e os porquês da ansiedade, e o que podemos fazer para a ultrapassar, pensei em começar por contar um pouco da minha experiência com este estado ansioso do ser humano.

Como Começa A Ansiedade

woman looking at sea while sitting on beach

A ansiedade ou stress crónico é um estado de tensão e nervosismo interno que é mantido durante muito tempo. O corpo (e a mente) nunca relaxam completamente. Toda a gente experiência períodos de stress ocasionais, de maior desafio ou dificuldade na vida, mas muitas vezes esses períodos são temporários, de umas horas ou uns dias. Logo após, a pessoa volta, mais ou menos facilmente, a um estado base de maior harmonia e calma interna, o que a permite re-harmonizar o corpo e a mente.

Em casos de stress ou ansiedade crónica, no entanto, este retorno à “normalidade” não acontece. O stress não é libertado ou dissolvido, mas vai acumulando. É como um carro a puxar demais pelo motor, que nunca desacelera completamente. O “normal” passa a ser um estado mais acelerado. E isto é negativo para o sistema, como seria para o motor de um carro (iremos explorar melhor os detalhes técnicos num próximo artigo).

A minha ansiedade começou, como em muitos casos, com um episódio traumático intenso específico. Muitas pessoas que sofrem com ansiedade recordam um “ataque de pânico” específico, que aconteceu aparentemente “do nada”, ou um outro episódio traumático e stressante qualquer que marca um antes e um depois nas suas vidas. Desde essa altura ficam bem mais ansiosas para a vida no geral. Estes episódios têm várias características comuns particulares, nomeadamente serem muito intensos, não esperados, com a sensação de que se vai morrer, sair do corpo, etc., e uma sensação de perda de controlo do corpo e da mente. Se bem que esta parece ser a causa primária da ansiedade, eu percebi que existe já uma predisposição para isto em termos de um sistema nervoso mais debilitado ou sensível, e que fica por isso muito mais vulnerável a este tipo de episódios (felizmente tudo isto é erradicável, como iremos ver).

Assim, e no meu caso, uma mistura de muita sensibilidade e intensidade interna levaram-me a ter este tipo de experiências, e a acumular ansiedade, em vez de se dissipar. É potente. É intenso. É assustador. Já ultrapassei muito é verdade, com o que fui aprendendo. Só o facto de eu poder estar aqui a escrever/falar sobre isto significa que já ultrapassei pelo menos uma parte da minha intensidade. Por muitos anos não podia sequer falar do assunto: simplesmente mencioná-lo causava-me sintomas em tempo real – começava a tremer, a suar, a ficar nervoso, com vertigens e a sensação de que ia desmaiar. As pessoas geralmente não notavam, mas as sensações eram horríficas. Estou certo que muita gente pode relacionar-se e entender o que estou a dizer…

Eu Entendo…

love romantic bath candlelight

Eu sei, aliás, que muita gente pode de facto entender e testemunhar o que digo pois, ironicamente, eu trato e tratei muita gente, de forma eficaz, para este tipo de problemas, exactamente como os meus. Às vezes sofria eu mais do que os meus pacientes, e mesmo assim conseguia ajudá-los. E isto foi uma outra coisa que me custou muito engolir: como conseguia “salvar” outras pessoas neste estado, de forma tão eficaz e rápida (com os métodos de Terapia em Bioenergia e Informação, ou TBI) que descobri e uso – pessoas que já haviam, como eu, procurado e tentado de tudo, que sofriam de tonturas, péssimo sono, cansaço e dores crónicas de anos, cansaço mental, limitações na vida diária, etc. – como era possível que eu as conseguia pôr tão bem e eu continuava a ter os mesmos sintomas? Os meus pacientes passavam a dormir bem, a andar calmos, estáveis, e eu continuava na mesma…Confesso que cheguei a sentir inveja ao vê-los assim, tão bem, se bem que também ficava feliz, claro, por poder ajudá-los. Mas foi difícil aceitar esta parte. Mas depois de muitas tentativas, tive que aceitar e perceber que uma coisa era ajudar os outros, outra coisa completamente diferente (e mais difícil) é a auto-ajuda. Percebi que os mesmos métodos incríveis, revolucionários e milagrosos que ajudam os outros de forma tão eficaz, não servem como auto-ajuda (isto tem as suas razões também, que poderei explorar mais tarde também), e daí a minha busca continuada para uma resposta.

Sempre à Procura…

person holding compass in forest

Procurei pessoas, soluções, e usei dezenas, se não centenas, de métodos ao longo de 20 anos. Tudo funcionava durante uns tempos, mas após alguns dias ou semanas “deixava de funcionar”. Assim, a busca era incessante, sempre à procura da próxima coisa que me iria curar. Havia um entusiasmo inicial – é verdade, descobri coisas incríveis mesmo – mas depois voltava-se à estaca zero. Voltava a irritabilidade, o stress, o nervosismo, os sintomas, as más noites de sono… O que me escapou, todos estes anos, é aquilo que a ansiedade crónica consegue tapar, e como nos engana: que a própria busca incessante, o “stress de ter que eliminar o stress”, mantém e exacerba o problema.

Um exemplo: eu pensava que tinha muitos problemas diferentes – digestivos, nervosos, da visão, da cabeça, musculares, etc. – mas na verdade tudo isto é só um problema. Como eu costumo dizer aos meus pacientes: só existe uma doença verdadeira e de raíz no ser humano: stress ou tensão crónica no sistema nervoso, daquela que não relaxa. Tudo o resto – mesmo tudo – é um efeito desta tensão. É por isso que, libertando este stress do sistema nervoso (como eu faço com as minhas Terapias  TBI/BIT), o sistema nervoso e o organismo voltam ao normal, e tudo passa a funcionar como deve ser. Assim, neste estado de equilíbrio e homeostase, o corpo regenera-se naturalmente, uma vez que os impulsos nervosos fluem desimpedidos e livres. Os métodos de TBI que uso fazem isto extremamente bem – nas outras pessoas, lá está -, libertando-as de todo o tipo de sofrimento – seja ele físico (como dores musculares, problemas de orgãos, cabeça, etc.), ou emocional / psíquico (como traumas, medos, fobias, depressões, problemas relacionais, etc.). Não há sintoma, na minha experiência, que não possa ser aliviado com estes métodos, mesmo os mais graves e profundos, que resistiram a décadas de tratamentos médicos convencionais e alternativos. E isto é uma coisa que muitas poucas terapias podem afirmar…

Mas uma coisa é tratar os outros, outra é a nós mesmos. Estes mesmos métodos interpessoais eram ineficazes em mim. E eu tentei… se tentei! Tentei, tentei, tentei. Durante 20 anos – os últimos 10 com muito mais consciência e afinco -, procurei respostas. Procurei variantes, conjugar técnicas, criar técnicas. Estudei, apliquei, viajei, perguntei, consultei. Como já disse, nada nunca criou resultados consistentes e permanentes, como via, tão claramente (e rapidamente) nos meus pacientes. Era frustrante! Mas isto é a ansiedade a enganar-nos; aí está a grande armadilha da ansiedade crónica mais uma vez: quanto mais lutas contra o problema, mais o exacerbas. Ela fazia-te continuar a busca, como quem alimenta um fogo com mais lenha, ou faz com que um cão que nos mordeu e segura a perna aperte ainda mais por nos tentarmos libertar e puxarmos. E isto é muito importante entender, e a primeira chave para finalmente se sair do ciclo vicioso (é isto tudo que iremos explorar nos próximos artigos).

A Chave Mestra

light bulb and keys on table

É importante perceber, para já, que o sistema nervoso é o que controla tudo no nosso organismo (mente e corpo), desde os processos mais elementares submoleculares, aos mais óbvios e macroscópicos. E o sistema nervoso só pode estar em dois estados fundamentais na verdade: ou está tenso, ou está relaxado. Um estado tenso é nefasto quando prolongado para além do estritamente necessário. Infelizmente, e nesta sociedade em que vivemos, muitos de nós vive, pelas mais diversas razões, num estado de ansiedade quase permanente, e nunca ninguém nos ensinou sobre isto, nem como relaxar. Muito pelo contrário – este estado é quase incentivado pela insegurança criada e mantida na nossa sociedade. Vivemos aos trambolhões neste sentido. Os nossos pais não aprenderam, e também não nos ensinaram. Somos completamente iletrados neste aspecto, frutos de uma sociedade virada à produção e ao “progresso” (uma visão também ela derivada de sistemas nervosos num estado tenso, excitado e de alerta), abalroando as pessoas, e as emoções mais sensíveis, pelo caminho. Mas isso é um outro tema.

Para já, e se este assunto vos interessa, continuem ligados. Sei que é, de forma demonstrada, um problema crescente das sociedades modernas industrializadas, uma epidemia de stress crónico. E é este stress crónico que leva, de forma demonstrada também, a todo o tipo de doenças e disfunções (para não falar em falta de alegria e paz nas vidas das pessoas), como dores crónicas debilitantes – que eu sou capaz de aliviar numa sessão com a TBI porque sei aliviar a tensão nervosa do sistema nervoso -, problemas de estômago/digestivos, problemas do sono, depressões (já levantei depressões pesadíssimas, que pareciam até impossíveis à partida), hábitos destrutivos como vícios e compulsões (já erradiquei vícios e compulsões, libertando as tensões nervosas que levavam a estes comportamentos), problemas relacionais no trabalho e família (já consegui suavizar muitas relações simplesmente suavizando o sistema nervoso de uma das partes), etc., etc., etc. – enfim, como disse e percebi com anos de estudo e prática destas abordagens em mim e nos outros, todos os problemas e sensações desagradáveis que sentimos no nosso corpo, mente e vida advêm apenas de um sistema nervoso em modo de ataque e sobrevivência, e sabendo como libertar isto, sabemos como libertar todos os problemas das nossas vidas. É uma coisa incrível de se saber e testemunhar – o alívio do sofrimento de outra pessoa desta forma tão bela e sofisticada – mas notei, com muita pena minha, como muito pouca gente entende, quer entender, ou está aberta a aprender mais sobre este entendimento e modo de curar. Mas isso também é fruto de sistemas nervosos tensos e em constante modo de defesa e ataque, cheios de medos irracionais. Mas isto também é outro tema.

O tema aqui é como conseguir libertar esta tensão crónica por nós mesmos, em nós mesmos. Em termos de auto-ajuda não é tão fácil como com a aplicação das TBIs, mas vou procurar ensinar aquilo que aprendi, e que me ajudou e ajuda – para ajudar também quem precisa.

Um comentário a “Ansiedade e Stress (Parte I): Como Começa a Ansiedade”

Obrigado pela partilha Maria João. De facto a auto-ajuda é desafiante, mas é o melhor caminho para a plena auto-realização, eu acredito. O desporto é um excelente Portal (como eu chamo a estes “pontos de entrada” para um estado de paz) para o estado livre de ansiedade, como há outros, como a meditação (quando propriamente entendida e feita), etc. Acima de tudo, e o mais importante, é para mim o entendimento de o que é ansiedade e como funciona. Por exemplo, e paradoxalmente, a busca incessante de solução para a ansiedade é ela própria ansiedade e alimenta esse estado! Daí o desafio, pois passa tudo principalmente pela aprendizagem do relaxamento e aceitação de cada momento como ele é, mesmo que seja um momento ansioso, triste, doloroso, etc.. Isto acaba por dissipar o condicionamento, bocadinho a bocadinho.
Sim, quando me sentir preparado irei dar workshops sobre o assunto. Eu sou do entendimento que alguém só deve ensinar quando está bem estabelecido no ensinamento, quando tem uma certa mestria dele e o incorpora, de alguma forma, na sua energia e vida. 🙂 Mas esteja ligada pois esse é de facto o meu objectivo! Entretanto vou partilhando o que sei e o que vou aprendendo nestes artigos. Beijinhos e bem-haja!

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